Dia 6 (Erg Chebi – Tinerhir)
Hoje era o dia em que saiamos do deserto. As dunas ficaram para trás após mais um pequeno-almoço no belo Auberge Amazir. A hospitalidade marcou esta estadia, os jantares, chás, a música, o ambiente muito descontraído, enfim.... foram dois dias 5 estrelas.
Fazemo-nos à estrada em direcção a Rissani, apreciando a estrada, desta vez de dia. Durante a ligação, fizemos uma paragem numa área de serviço para revisionar os Pandas. Filtros de ar limpos, verificação de níveis e folgas, reparação de um apoio do radiador do Climbing, cafés, águas e estrada com eles.
Antes do almoço, começamos a fazer pistas paralelas à estrada que seguiamos para curtir mais a montanha. De vez em quando lá vinham uns míudos a correr descalços em cima das pedras de parte incerta! Procuramos uma sombra resguardada da vista de gente e paramos para almoçar. Como é óbvio, estávamos a ser observados de duas direcções. Uns miúdos esperaram tanto que acabássemos de comer, que no final oferecemo-lhes fruta, pão, entre outros alimentos.
Arrancamos para a parte da tarde por mais pistas de montanha, cada vez mais isoladas. De volta e meia passávamos por abrigos construídos com pedras que julgamos serem dos guardadores de rebanhos. Alias, ao longe, em cada topo, via-se sempre alguém nesses tais abrigos com as suas cabras. O caminho ia aparecendo, ora entre o leito do rio, que está seco, ora por trilhos quase inexistentes. O final da “secção TT” era numa aldeola já perto da estrada de acesso às gargantas do Todra.
Daí à entrada de Tinerhir foi um pulo. Tinerhir fica num imenso oásis à entrada da Garganta do Todra. Num dos miradouros somos abordados pelo Mohamed, um jovem de 24 anos que explora um pequeno albergue, o Chez Marir. Somos logo convidados a conhecer a casa, que seria toda por nossa conta. Depois de vermos a casa e de combinarmos o jantar com o Mohamed, ainda fomos até ás gargantas, mas a pouca luz que entra nas gargantas e também com o avançar da hora, decidimos voltar para trás, pois a imponência dos desfiladeiros merecia uma visita muito mais atenta.
Já no albergue, Mohamed, Jamal e Mina, serviram-nos o melhor repasto até à data em Marrocos. Uma sopa que nos fazia não parar de a comer e uns cous-cous que faziam crescer água na boca. Depois da janta, tivemos direito a música, na qual também fizemos parte e a uns truques de ilusionismo em que num deles nos apareceu um diabo em tanga à nossa frente – o Pedro foi quem mais participou! Enfim estava a ser a melhor noite até agora. Para acabar a noite ainda fomos dar uma volta pela vila. Passeamos pelo oásis à noite, onde pelo mais estranho que pareça, ouvíamos os pássaros a chilrear tanto que parecia de dia. Os sapos também marcavam presença pelo imenso barulho que faziam.
Antes de terminar a noite, passagem por uma sociedade onde os membros das famílias discutiam a posse de uns terrenos na vila. Para terminar esta que estava a ser a melhor experiência de estadia, o terraço aguardava-nos pronto para apreciar as estrelas e as sombras nocturnas da paisagem da montanha.
link para as fotos do dia:
http://galeria.panda4x4.net/v/expedicoe ... 2009/dia6/