por Agostinho » terça out 16, 2007 20:18
Já que não vou ter tempo de preparar um dossie, aqui fica as histórias e tradições das freguesias/aldeias por onde iremos passar:
Arcozelo VVD
População: 419
Actividades económicas: Agricultura, pecuária, indústria têxtil e construção civil
Festas e Romarias: Senhor dos Passos (Agosto) e S. Tiago (25 de Julho)
Outros Locais: Casa dos Barbosas (brasonada, com capela e alminhas)
Orago: S. Tiago
Gaifar PTL
População: 313
Actividades económicas: Agricultura, pecuária, transformação de madeira e serralharia e construção civil
Festas e Romarias: Santa Eulália (1.º domingo de Agosto), Menino Jesus (25 de Dezembro) e Nossa Senhora do Livramento
Património: Igreja paroquial e cruzeiro (lugar da Igreja)
Orago: Santa Eulália
Gaifar, ocupando cerca de 301 há, está localizada à margem direita do rio Neiva, sem contudo chegar até ao mesmo, já que se entrepõem antes as freguesias de Vilar das Almas e Sandiães, ambas a sul de Gaifar. Gaifar dista cerca de vinte quilómetros da sede do concelho, bem ao sul do mesmo e tem ainda a estabelecer-lhe limites a freguesia de Mato a norte. Refira-se que a nascente tem a já citada Vilar das Almas assim como a poente está Freixo e novamente Sandiães. Todas as freguesias citadas pertencentes ao concelho de Ponte de Lima.
Antiga freguesia de Santa Eulália de Gaifar, é antiga e anterior à nossa nacionalidade, encontrando-se fortemente documentada em escrituras do séc. XII. Era vigairaria da apresentação do Cabido da Sé de Braga, no antigo concelho de Albergaria de Penela.
Compreende os lugares de Barrocas, Cachadas, Rua, Baralde, Posa, Igreja, Alminhas, Monte, Corgo, Naia e Souto do Monte.
Primitivo povoamento pré-histórico com notáveis vestígios arqueológicos na sua área e imediações, o topónimo regista-se pela primeira vez em 1126. Entregue ao Cabido da Sé de Braga em 1145, aquando da divisão das rendas da diocese, foi-lhe confirmada a entrega em 1188. Começa a aparecer no território de Penela com as inquirições de 1129.
Em 1369 - 1380, "A egreja de Gueyffar he emprazada ( ... ) com o lugar que chamam de Cenoy". Cendom, que em 1135 aparece como "villa ( ... ) Cendoni" e depois como simples lugar de Gaifar.
Por largos anos deu o nome à freguesia, que assim, de denominou Santa Eulália de Cendoni. Antes como agora a agricultura é a principal actividade económica, sobressaindo-se actualmente a exploração agrícola através das estufas.
Vilar das Almas PTL
População: 341
Actividades económicas: Agricultura e pecuária e pequeno comércio
Festas e Romarias: Santo Cristo e Senhora da Guia (Agosto), Santo Estêvão e o Menino (25 de Dezembro)
Património: Igreja paroquial
Outros Locais: Quintas do Pereiro, de Proence, moinhos de rio em Santo António e lugares do Salgueiral e da Manga
Artesanato: Tecelagem de linho
Orago: Santo Estêvão
População: 341
Actividades económicas: Agricultura e pecuária e pequeno comércio
Festas e Romarias: Santo Cristo e Senhora da Guia (Agosto), Santo Estêvão e o Menino (25 de Dezembro)
Património: Igreja paroquial
Outros Locais: Quintas do Pereiro, de Proence, moinhos de rio em Santo António e lugares do Salgueiral e da Manga
Artesanato: Tecelagem de linho
Orago: Santo Estêvão
Vilar das Almas, situada nas margens do rio Neiva, dista cerca de vinte quilómetros da sede do concelho, e ocupa uma área de cerca de 521 ha
Pertencem-lhe os lugares de Além, Cachada, Eido e Eido Velho, Eiras, Freitas, Monte, Outeiro, Rua, Santo António e Talho.
O povoamento do território desta freguesia é muito anterior ao século XII.
Datado de um período anterior à nacionalidade, nas imediações existem fortificações castrejas e outros vestígios de povos primitivos. A toponímia apresenta casos vários de genitivos pessoais de nomes de origem germânica, anteriores, de séculos, à Fundação.
O mais significativo dos seus topónimos será, ainda assim, Vilar, o principal, que deu nome à freguesia, com a curiosidade de ser apenas a denominação da freguesia e não de uma povoação. O que é notável, porque a designação de Vilar implica um lugar bem determinado, até bem circunscrito ou relativamente restrito, quer provenha aqui de designação de uma fracção de "villa" agrária pré-nacional (o mais aceitável), quer signifique um núcleo populacional sobre si ou isolado, mais tardio. Em todo o caso, é possível que Vilar seja um topónimo correspondente a uma "villa" cujo termo abrangesse a totalidade, ou quase, da actual freguesia, o que, em parte, explicaria a razão por que a toponímia é tão pouco expressiva de antiguidade, faltando, nomeadamente, os genitivos antroponímicos que aparecem nas freguesias vizinhas: é que não existiu aqui propriamente uma "villa", mas fracção de "villa", que depois se individualizou, com termo próprio, e se formalizou em paróquia - a de Santo Estêvão de Riba de Neiva, assim chamada ainda nos meados do século XIII.
A designação, nestas condições, proviria de uma época credivelmente pré-nacional. E, como a igreja do "vilar" foi edificada cerca das nascentes do rio, e dele distando duzentos metros, daí a designação toponímica da igreja, que, por costume, se foi conservando, ainda quando Vilar já se houvesse firmado como topónimo: paróquia de Santo Estêvão de Riba de Neiva, o que quer dizer "sita em riba de Neiva".
Por fim, Vilar, já topónimo (a que muito mais tarde se agregou "das Almas" para distinção dos outros e muitos Vilares, aproveitando-se a característica religiosa local de alguma irmandade ou confraria antiga e importante), deixou. designação do local (da igreja, já se vê) para restar na da freguesia toda, passando o lugar de Vilar, propriamente, a dizer-se Igreja, fenómeno toponímico com causas religiosas, muito comum no norte do país.
A igreja deve ser de fundação muito anterior à Nacionalidade. Foi abadia, sendo o abade apresentado pelo ordinário, decerto pela mesma razão de posse arquiepiscopal do vizinho couto de Gaifar (doação de fidalgos no século XII ou XIII, o mais tarde).
A freguesia - que deverá ter sido instituída como paróquia só no século Xll - pertenceu ao concelho de Albergaria de Penela, onde se manteve de ainda antes da Fundação até à sua extinção, no ano de 1855, passando para o actual concelho de Ponte de Lima, de que ocupa o extremo sudestino.
Sandiães PTL
População: 438
Actividades económicas: Agricultura e pecuária, transformação de madeira, indústria têxtil, panificação e pequeno comércio
Festas e Romarias: S. Mamede, S. Brás e Nossa Senhora de Fátima (17 de Agosto)
Património: Igreja paroquial, cruzeiro e ponte de Anhel.
Outros Locais: Quinta do Vasco
Artesanato: Cestaria e olaria
Colectividades: Rancho Folclórico “Danças e Cantares do Neiva Sandiães”
Orago: S. Mamede
Situada nas proximidades da margem direita do rio Neiva, a freguesia de Sandiães dista cerca de vinte quilómetros da sede do concelho.
Compreende os seguintes lugares: Barranca, Carreira, Cruzeiro, Ermemil, Gaelas, Longra, Outeiro da Ribeira, Ponte do Anhel, Proence, Rua Direita, Soutelo, Cruzeiro e Proence.
A toponímia antroponímica desta freguesia, cuja criação é anterior, talvez muito, ao século XIII, revela uma considerável antiguidade de povoamento do seu território, mesmo não considerando as lições da sua arqueologia pré-histórica.
Entre os mais e os menos antigos nomes de lugares da freguesia, quatro, pelo menos, têm origem em nomes pessoais de raiz germânica, mostrando a existência mais que milenária de propriedades rústicas e revelando os nomes dos seus possessores medievais. São os casos do topónimo principal (e principal porque nele se edificou antes do século XII a igreja de São Mamede, que veio a ser a paroquial), Sandiães (de Sindinus), Irmensil (de Ermensilus), Aljariz (de Argericus) e Gados (de Cattus).
Nos meados do século XIII, Sandiães, que era das mais antigas freguesias na terra ou julgado medieval de Penela, compunha-se de prédios reguengos avulsos (poucos) e de herdades afossadeiras que revelavam uma situação da classe popular local relativamente próspera. As fossadeiras eram pagas pelo S. Miguel com certa variedade, desde meia vara até várias e vários côvados de bragal (e até uma paga apenas uma teiga de milho "pela de Barcelos", isto é, pelas medidas desta localidade, e outra apenas um dinheiro). De resto, havia os encargos gerais de uma freguesia por esses tempos: peitar a voz e a coima (casos crimes), ir na anúduva (serviço no castelo de Penela ou outros), "vida" ao mordomo "senhas vezes em cada mês", dois ovos pela Páscoa e "senhos frângãos" adiante do S. João — por casal ou herdade, certamente. Também era costume dar-se ao Castelo de Penela um ovo (por casal e por mês) ou o valor dele.
Na primeira metade do século XIII, comprou aqui uma herdade foreira o filho de algo D. Martim Peres "Zota", irmão do rico homem D. João Peres "Redondo", o qual, claro está, a honrava. Então, a Coroa não possuía o padroado da igreja de S. Mamede.
Em 1220 pagava toda a freguesia de fossadeira onze côvados de bragal e um dinheiro; dava a "vida" ao mordomo de Penela e ao casteleiro deste castelo, uma vez por mês e qual houver, não sendo, pois, obrigados os habitantes a fazer refeições especiais; e, nessa data, a igreja local possuía na freguesia searas e "quebradas", e a Ordem do Hospital tinha sete casais (além de partes de um em Argeriz) e quatro bragais de renda.
A merecer referência particular nesta freguesia — a Quinta do Vasco
Panque BCL
População: 702
Actividades económicas: Agricultura
Festas e Romarias: Festa do Menino Jesus (25 de Dezembro)
Património: Igreja paroquial e Capela de Santa Eulália, Capela de Santa Ana, Alminhas do Fulão e Capela de S. Martinho
Orago: Santa Eulália
A Freguesia de Panque, ocupa uma área de cerca de 681 hectares, confronta, a norte, com as freguesias de Sandiães, Ardegão e São Julião de Freixo (concelho de Ponte de Lima), a noroeste com a freguesia de Cossourado, a sudoeste com Couto, a sul com Alvito S. Pedro e a sudeste com Alheira. Panque era uma povoação suevo-visigótica, da qual ainda subsistem alguns vestígios. Nas escavações efectuadas, achou-se uma Ara dedicada a Júpiter, que terá servido de pé de altar nesse antigo povoamento, e está, actualmente, exposta no Museu Pio XII. Na região, encontrou-se a Necrópole Medieval de Mandim, com vários túmulos, entre os quais, um contendo dois esqueletos. Ao longo dos tempos, Panque surgindo, em documentos oficiais, com as seguintes designações: em 1164, Sante Eolalie de Paanqui; em 1258 Sancte Ovaye de Paanqui; em 1290 Sancta Ollacha de Paanqui; em 1320 Sancte Eolalie de Paanqui; em 1402 Sancta Ovaya de Panuque; em 1528 Panque Saancta Vaia e actualmente Santa Eulália Panque. No Censo da população de 1527, as freguesias de Santa Ovaya e de São Martinho de Mondim ainda eram independentes mas, sessenta anos depois, em 29 de Setembro de 1587, a freguesia de Panque anexou a de São Martinho de Mondim. Panque orgulha-se de ser a terra mãe dos ilustres Domingos Vaz, Abade de Santa Ovaya e Damião Coelho, Abade de São Martinho de Mondim.
Cossourado BCL
População: 818
Actividades económicas: Agricultura e indústria têxtil
Património: Igreja matriz, cruzeiro e castelo
Orago: S. Tiago
Cossourado foi couto instituído por D. Afonso Henriques, em 1135, e assim permaneceu muito tempo, até pertencer à terra e julgado de Aguiar e depois passar a comenda da Ordem de Cristo. Aparecendo já documentada no século XI, vem no Censual do Bispo D. Pedro, com a designação de Santa Maria da Cadavosa, o que indica que a sua primeira matriz não foi a igreja actual, mas a Capela de N. Sr.ª da Cadavosa e, com efeito, não só se sabe que a actual igreja foi apenas construída no século XVIII, como informações de 1758 revelam que a referida capela foi, antigamente, abadia paroquial. Outras teses acrescentam que a mesma capela tanto corresponde à extinta Igreja Paroquial, que ainda é, algumas vezes, chamada de “Igreja Velha”.
Apresentando-se nas inquirições de 1220, com o nome De Sancto Jacobo de Coissoirados, Cossourado foi ainda conhecido por Courado e, mesmo por Encosoyrado (censo 1527). Segundo o Padre António Gomes Pereira, o seu topónimo deriva, do latim Cossus Auratus, designação que terá sido bastante vulgar na época romana, mas para o arqueólogo Brochado de Almeida, a existência do Castro de S. Simão sugere que a origem etimológica de Cossourado provém, antes, de “coissoiros”, um nome associado aos castros.
Aguiar BCL
População: 551
Actividades económicas: Agricultura e construção civil
Festas e Romarias: S. José (19 de Março) e Santo António (Junho)
Património: Igreja Paroquial de Santa Lucrécia, Capela de Santo António e povoado castrejo.
Artesanato: Cestaria
Colectividades: Rancho Folclórico de Aguiar e Centro Social e Desportivo de Aguiar
Orago: Santa Lucrécia
Balugães BCL
População: 822
Actividades económicas: Agricultura, indústria têxtil e transformação de madeira
Festas e Romarias: Senhora da Aparecida (15 de Agosto), S. Martinho (11 de Novembro) e S. Bento (11 de Julho)
Património: Ponte das Tábuas, Igreja de S. Martinho (séc.IX), Capela de S. Bento, Casa da Carranca e povoado castrejo
Outros Locais: Senhora da Aparecida, no monte do Castro
Artesanato: Arcos de madeira para a agricultura e gamelas
Colectividades: Associação Baluganense de Cultura e Desporto
Orago: S. Martinho
Situada a meio da encosta, nascente sul, do monte da Caramona, a freguesia estende-se pelo fértil vale do Neiva. É banhada pelo rio Neiva e pelo ribeiro Nevoinho que nasce em Cabaços, concelho de Ponte do Lima.
Balugães, povoação anterior ao séc. XII, era uma abadia da apresentação da Mitra de Braga, por concurso sinodal. O seu topónimo tem origem nos balugães, ou balugões, espécie de borzeguins, indicando que na terra se faziam muitas balugas, borzeguins ou botas altas com atacadores.
A Capela da Aparecida localiza-se no alto do monte do Castro onde Nossa Senhora se revelou ao pastor João Alves, “o mudo”, em 1702, que a partir de então passou a “falar publicamente”. No seu interior jaz, em campa rasa, o vidente.
Nas costas desta capela e por cima do penedo da aparição, foi construída uma pequenina capela onde se venera a imagem do Senhor dos Passos
O Mosteiro da Senhora da Aparecida fica em frente à Capela da Aparecida. A sua construção foi promovida pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles no início do século XVIII com o produto das esmolas dos devotos e de um vultuoso legado do Abade Francisco Teixeira Tinoco. A grande fachada, ladeada por duas amplas torres sineiras, tem sobre a porta principal um varandim de ferro, para o qual se abrem três janelas. No frontão está, num nicho, a imagem da Senhora da Aparecida. O frontão é de madeira, com pinturas, representando de um lado, Cristo Morto, do lado oposto, a Ceia. Possui outros elementos decorativos e uma banqueta de prata. Os dois altares laterais são da mesma época e têm frontais de talha pintada.
À antiquíssima romaria da Senhora da Aparecida, a 15 de Agosto, deslocam-se romeiros de todo o Minho.
A Capela de S. Bento foi reconstruída no século XVIII, também pelo Abade Francisco Teixeira Tinoco. Conserva da primitiva traça a capela-mor, com arco cruzeiro ogival, ornado de troncos de árvore com os ramos decepados. Da Casa de S. Bento saíram vários homens ilustres, como o Conselheiro Dr. José de Abreu do Couto de Amorim Novais e seus irmãos, Dr. Luís, Dr. Francisco e Dr. João de Amorim Novais.
A Casa da Carranca pertencia no séc. XVII à família Tinoco. Actualmente apenas tem de notável a frente mandada construir pelo Abade Tinoco. Sobre a carranca, que deu nome à casa, está o brasão de armas dos Teixeiras e Tinocos. Outras casas importantes foram a dos Magalhães, a do Ribeiro, a do Souto, a do Machado em Algares e a da Cancela.
De relevar ainda os abundantes vestígios de um povoado castrejo, nos limites da freguesia com a do Carvoeiro, e um conjunto de cistas datáveis da Idade do Bronze.
Durrães BCL
População: 708
Actividades económicas: Agricultura, indústria têxtil e construção civil
Festas e Romarias: S. Lourenço (10 de Agosto)
Património: Ponte Seca (Arcos)
Outros Locais: Zona arqueológica (Mte. Arefe), Picoto dos Mouros, Bouça da Giesta, Castelo e Senhor do Lírio
Colectividades: Associação Desportiva Recreativa e Cultural Lírio do Neiva, Gene, Grupo de Estudos Históricos do Vale do Neiva
Orago: S. Lourenço
Barroselas VCT
População: 3549
Actividades económicas: Serralharia, transformação de madeira, indústria têxtil, construção civil, comércio e pequena agricultura
Festas e Romarias: Senhora da Conceição e S. Pedro (Junho)
Património: Igreja paroquial, Igreja do Seminário, cruzeiro e pontes românicas
Outros Locais: Largo de S. Sebastião, Monte da Grela, praias fluviais de Vale e Foz, Azenhas, Senhora da Conceição, açudes e engenhos no Neiva
Gastronomia: Cozido à portuguesa, Cerâmica, arroz doce e sarrabulho
Artesanato: Artefactos em madeira, bordados e tecelagem
Colectividades: Banda Velha de Barroselas, Banda Escuteiros de Barroselas, Assoc. Casa do Povo de Barroselas e Artes Marciais, Conferência Vicentina, Sociedade de Columbofilia, Grupo Cénico de Barroselas, Grupo de S. Paulo, Núcleo Desportivo de Barroselas, Assoc. Desp. de Barroselas, Centro Social e Cultural de Barros
Orago: São Pedro
Feiras: Semanal, às quartas-feiras e anual, na Quarta-Feira de Cinzas e 1º domingo de cada mês.
A Freguesia de Barroselas, dista cerca de 14 km da cidade de Viana do Castelo, a sede do concelho e do distrito a que pertence Ocupa uma área de aproximadamente 790 ha, estendendo-se desde o rio Neiva até aos pontos elevados da serra da Padela.
A Sul, estabelece limites territoriais com o concelho de Barcelos. A Norte, com as freguesias vianenses de Mujães e de Vila de Punhe. A Nascente, com a Freguesia de Carvoeiro e a Poente com a freguesia de Alvarães.
Anteriormente, esta freguesia, se chamava Capareiros ou Couto de Capareiros.
Barroselas era um lugar da extinta Freguesia de Capareiros. Foi em 3 de Março de 1971, que passou a designar-se Barroselas em função do lugar já existente. Posteriormente, em 18 de Dezembro de 1987, foi elevada à categoria de Vila.
O padroeiro desta freguesia é S. Pedro e as suas festividades realizam-se a 29 de Junho de cada ano.
Capareiros, era couto dos arcebispos de Braga. Houve em aqui um convento de frades beneditinos que passou a abadia secular no século XVI. Era seu padroeiro Paio Peres, que deu o padroado ao arcebispo D. Paio, pelos anos de 1125.
Juntamente com Mujães e Vila de Punhe, à Freguesia de Barroselas está ligado o lugar das Neves, onde, a 5 de Agosto, se realiza a segunda maior romaria do concelho de Viana do Castelo, a designada " Representação do Auto da Floripes".
Acerca da história desta freguesia, no livro " Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais" encontra-se a seguinte resenha, que aqui se transcreve na integra:
«A primeira referência conhecida a Capareiros remonta ao ano de 1115, data em que Pascoal II confirmou à Sé o couto de Capareiros. Existiu aqui um mosteiro antigo de frades bentos que, em 1126, foi doado a D. Paio Mendes.
O couto de Capareiros foi criado por D. Afonso Henriques em 1134. Foi, desde os inícios da nacionalidade, um dos notáveis coutos da Sé de Braga e, como se refere nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258, o prelado tinha aí paço.
Em 1320, Capareiros, então denominada “Sancti Petri de Capateiiros”, foi avaliada em 100 libras.
Em 1528, tendo por padroeiro São Paio, a igreja de Capareiros, enquadrada na Terra de Aguiar de Neiva, era câmara do arcebispo. As Inquirições de 1758, referem-na como abadia da apresentação “in solidum” da mesa e câmara arcebispal da Mitra de Braga. Por estar sujeita à Mitra de Braga, por cujos meirinhos eram julgadas as suas causas, o conto de Capareiros gozava dos privilégios eclesiásticos. Nesta conformidade, os delinquentes e presos capturados no conto eram encarcerados no aljube dos eclesiásticos, em Braga.
No foro administrativo, Capareiros era um pequeno concelho que tinha jurisdição temporal com câmara, vereadores, juiz ordinário. escrivão e meirinhos, de nomeação arquiepiscopal (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, apêndice. vol. XXXX.
No Cadastro da Província do Minho, organizada pelo Engº Custódio José Gomes Vilas Boas Boas em 1799, parte desta freguesia pertencia ao termo de Barcelos, julgado de Neiva, sendo a restante da Patriarcal de Braga.
Em 1852, aparece na comarca Viana do Castelo e, em 1878, no julgado da Vila de Punhe. O concelho de Capareiros foi extinto por Decreto de 6 de Novembro de 1836 e a sua única freguesia, Capareiros, incorporada no concelho de Viana do Castelo (v. Acta da sessão da Câmara de Viana, de 4 de Janeiro de 1837).
O lugar de Barroselas veio a designar oficialmente a freguesia, por força do Decreto do Governo de Marcelo Caetano, de 20 de Fevereiro de 1971, publicado no Diário do Governo de 5 de Março do mesmo ano.»
Nos tempos que correm deste início do séc. XXI temos em Barroselas uma evolução demográfica que tem sido pautada por um crescimento populacional gradual e paulatino.
A freguesia possui um património monumental, do qual se salientam: a Igreja Matriz, o Seminário dos Passionistas, a Capela de S. Sebastião, a Ponte do Ribeiro dos Reis Magos, no lugar das Alvas, que apresenta um traço românico, e está classificada desde 1990, como “Valor Concelhio” . Também se encontra uma ponte, no lugar de Boticas, que parece ser dos tempos medievais.
Tregosa BCL
População: 633
Actividades económicas: Agricultura
Festas e Romarias: Senhora do Calvário (Agosto)
Património: Capela de Santo António
Outros Locais: Senhora do Calvário
Artesanato: Tamancaria
Colectividades: Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Tregosa, Associação Desportiva e Cultural de Tregosa e Conjunto Reis do Norte
Orago: Santa Maria/Nossa Senhora da Expectação
Tregosa, Orago Santa Maria, era uma abadia da apresentação da Mitra.
Tregosa foi outrora conhecida por Trebousa, Tragosa e ainda pela denominação de Torgoosa que assim viria de torgo, raiz, nome de planta espécie de urze. Esta freguesia vem nas inscrições de 1220 com a designação “De Sancta Maria de Torgoosa”, de Terra de Neiva.
A freguesia de Tregosa, situada na bacia orografia do Neiva, parte em planície, parte na encosta norte e nordeste do monte Arefe, é banhada pelo Rio Neiva, que a atravessa. Existem duas pontes sobre este rio nesta freguesia, a velha reconstruída em 1905 e a nova construída mais recentemente para nela passar a estrada de Barroselas a Durrães.
De acordo com os últimos Censos, tem uma população que ultrapassa os 600 habitantes distribuídos pelos diversos lugares da freguesia: Ponte, Além do Rio, Igreja, Devesa, Aldeia, Sobreiros, Casais, Montizelo, Lage e Freixieiro.
De características agradavelmente rurais, a sua actividade económica assenta fundamentalmente na agricultura, surgindo com menores índices a indústria e o comércio.
Santa Maria, sob a invocação de Senhora do Ó, é a distinta Padroeira de Tregosa, contando com cerimónias religiosas no segundo Domingo de Outubro. Há ainda nesta freguesia festividades em honra do senhor, da senhora do Calvário e ainda o Festival Folclórico que atrai numerosos forasteiros à freguesia.
Atractiva ainda pelo seu artesanato, encontra noutros motivos dignos de visita e apreciação na área da monumentalidade onde sobressaem várias Capelas, três Cruzeiros, o Nicho de santo António do Penedo a as Alminhas da Ponte.
Fragoso BCL
População: 2202
Actividades económicas: Agricultura e indústria têxtil
Património: Igreja matriz
Outros Locais: Casa da Espregueira
Orago: S. Pedro
O topónimo da freguesia - Fragoso - deriva das características naturais do terreno demarcado por muitas fragas e barrancos.
Quanto às suas origens não é possível definir qualquer data que as situe no tempo. Apenas podemos referir, como documento mais antigo e importante da sua história, a Carta de Doação de Couto concedida por D. Afonso Henriques à Ermida de S. Vicente de Fragoso, no ano de 1127.
Dentro do espaço delimitado na Carta, além da freguesia de S. Vicente, encontrava-se também a de S. Pedro e ainda parte do lugar de Cardoso, nos limites de Tregosa. O antigo território do Couto constitui hoje a freguesia de S. Pedro Fragoso.
Texto da Carta de Doação
"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Eu, Afonso, Infante, filho de Henrique e da mãe Rainha D. Teresa, apraz-me fazer, como faço, Couto e Termo à própria Ermida de S. Vicente de Fragoso para remédio da minha alma e da dos meus avós e faço aquele Couto e Termo por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo e a fim de achar misericórdia diante de Deus Omnipotente no dia do Juízo e, para que os servos de Deus que aí habitam ou habitarem se lembrem de mim nas missas, e nos salmos, e em todas as obras que ao Senhor pertencem; e eu instituo por Termo, como é da minha vontade, e direito como limita de Cardoso, e daí pelo termo de Arefe, e daí pelo termo de Quintiães, e limita pelo termo de Feração, e daí como limita pelo termo de Palme e corre por entre ambas as fozes e vai, atravessando o rio, a rio seco, e pelo termo antigo a que chamam Carraria, torna a Cardoso. Estes são os limites de S. Vicente de Fragoso que eu, Afonso Infante, estabeleço. E assim, desde este dia ou tempo, seja este Termo ou Couto isento do meu direito e entregue ao vosso direito ou domínio para a dita Ermida. Se, desde este dia ou tempo, alguém, seja Rei ou Rainha, ou Conde, ou Poder ou não Poder, quiser infringir este meu feito, seja imediatamente excomungado e anatematizado e tenha a sorte de Judas traidor, e pague à dita Ermida ou a quem a representar doze mil soldos e cinco mil talentos em ouro, e que esta minha determinação permaneça firme. Foi feita esta divisão, conhecimento, e inventário em 30 de Novembro de 1165 (1). Eu, Afonso, Infante, por meu punho a confirmo e corroboro em nome de Cristo. Vermudo Ermitão os vi e confirmo, Egeas Mendes, conde de Neiva, os vi e confirmo, Serracino, conde de Aguiar, os vi e confirmo; Ermigo Moniz, conde de Santo Estêvão, confirmo; Nuno Gomes, conde de Neiva, os vi e confirmo; Afonso, conde, confirmo; Lourenço, confirmo; Nuno Gomes, confirmo. Foram testemunhas Gonçalves, Pelágio, Vermudo; Pedro, presbítero, que notou." Notas: - O original da Carta de Couto foi escrito em latim e encontra-se transcrito na Chancelaria de D. Afonso III, na Torre do Tombo.
- (1) O ano de 1165, que se encontra no texto da Carta, respeita à era de César e corresponde ao ano 1127 de da era Cristã.
Forjães EPS
População: 3000
Actividades económicas: Indústria têxtil, comércio e agricultura
Festas e Romarias: Santa Marinha (meados de Julho), Senhora das Graças (meados de Julho), e S. Roque (fins de Agosto)
Património: Igreja Matriz, Capela de S. Roque, capela Senhora das Graças, Solar de Pregais, Menhir de Infia e Quinta de Curvos
Outros Locais: Azenhas do rio Neiva, largo de S. Roque e piscinas Municipais
Gastronomia: Papas de sarrabulho, cozido á portuguesa e vinho à lavrador
Artesanato: Cestas e tapetes de junco, louça regional pintada à mão e tapeçaria
Colectividades: ACARF-Assoc. Cultural Artística e Recreativa de Forjães, Grupo coral de Forjães, Assoc. Equestre Tauromáquica de Forjães, Forjães Sport Clube, Grupo de Danças e Cantares de Forjães, Grupo Assoc. de divulgação tradicional de Forjães, Casa do Povo de Forjães e Núcleo de Cicloturismo de Forjães
Orago: Santa Marinha
Feiras: Quinzenal
O documento mais antigo conhecido, é anterior à Nacionalidade, data de 1059, que, não referindo a denominação "Forjães", reporta-se já a "Santa Marinha". "Et in ripa de Nevie ecclesia vocabulo Sancta Marina integra".
A partir desta data, Forjães começa já a aparecer em documentos escritos, associado sempre a Santa Marinha: Em 1113 refere-se "in villa Froganes"; em 1186 "Casal de Froganes"; em 1196 D. Sancho concede a Gonçalo Mendes, juiz de Neiva, carta de Couto "de ecclesia Sancte Marine de Neiva"; em 1258 aparece já o nome de paróquia "Parrochia Sancta Marine de Frogiaes"; e, por fim, em 1290 refere-se já o nome de freguesia "Freguisia de Sancta Marina de Forjães".
Estes e outros manuscritos, são a confirmação de vida, ambiente e mentalidade muito mais antigos, praticados neste local, hoje terra de Forjães. Basta observar um conjunto de mós romanas e outros vestígios arqueológicos descobertos, para concluir e confirmar estas afirmações.
As mós romanas são continuadas por outro conjunto bastante numeroso, de azenhas no rio Neiva e regatos, seus afluentes, como consta dos arquivos do mosteiro de Palme.
O pão e o vinho foram (e ainda são) a base de alimentação das populações locais. Por isso, no dia da sua festa, surge a imagem de Santa Marinha com espigas e uvas nas suas mãos.
Não há muito tempo, a terra era o único meio de subsistência das populações. Quando o tempo era favorável não faltavam os frutos da terra e os cereais em abundância. Pelo contrário, quando a terra não produzia, era o tempo da fome, pestes e da escravatura dos rendeiros que não tinham com que pagar as rendas aos senhorios. Nestas e noutras alturas, lá estava Santa Marinha para interceder sempre pela população, junto de Deus.
Antas EPS
População: 2010
Actividades económicas: Agricultura, pirotecnia, transformação de mármore e madeira.
Festas e Romarias: Santa Tecla (1.º domingo de Setembro), Nossa Senhora das Vitórias (1.º domingo de Agosto) e S. Paio
Património: Igreja, Capela de Santa Tecla, Capela da Senhora do Rosário, Casa de Belinho, Quinta Velha, Menhir (Monumento nacional) e Castro no Monte da Cividade
Outros Locais: Praia da Foz do Neiva e Rio Neiva.
Artesanato: Destilaria
Colectividades: Associação Rio Neiva, Antas F. C., Associação de Caça e Pesca, Escola de Música da Banda dos Bombeiros Voluntários de Esposende e Grupo Polifónico de Antas
Orago: S. Paio
Pertenceu à apresentação do mosteiro beneditino de S. Romão do Neiva.
A freguesia de S. Paio de Antas situa-se no extremo norte do concelho de Esposende estando separada do distrito e concelho de Viana pelo rio Neiva.
Possui dois lugares bem distintos que muito têm a ver com a própria orografia. Na parte mais a poente, constituída pela planície litorânea com verdejantes campos, situa-se a estância balnear de Guilheta, foz do Neiva. Ultrapassada a arriba fóssil, paralela ao oceano, deparamos com um tipo já bem diferente, mais acidentado e com imensa vegetação arbórea denominada por Lugar de Cima.
O nome da freguesia, Antas advém de uma civilização milenária que deixou por aqui os seus testemunhos. Por aqui abundavam, e são já poucos os testemunhos megalíticos, os monumentos comummente chamados de mamoas, mas que vão tomando variados nomes como antas, orcas, madorras, mamuinhas, etc. São exemplos o dólmen que se situa no lugar de Azevedo e um outro no lugar de Soleima. Também, e ainda dentro da área do megalitismo, de referir o menhir de S. Paio de Antas. Este situa-se numa pequena elevação de terreno no lugar do Monte, frente à igreja paroquial. Foi considerado imóvel de interesse público em 13 de Julho de 1976. É constituído por um monólito granítico com 1,65 m de altura por 1,5 m de diâmetro. É, sem dúvida, dos mais baixos que se conhecem. Atribuíveis ao neolítico apareceram, em 1940, doze sepulturas intactas de onde foram retirados alguns vasos de chapéu invertido ou largo bordo horizontal e esqueletos. Foram classificados como de interesse público. O material exumado foi levado para o Museu da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Relativamente, ainda, a vestígios arqueológicos nesta freguesia, refira-se a existência de testemunhos da cultura castreja e do período da civilização romana, como o castro de Belinho, descoberto frente ao portão da quinta do poeta António Correia de Oliveira, onde se encontrou imenso material cerâmico (fíbulas, mós, etc.), e cuja escavação pôs a descoberto algumas estruturas de construção. Outro testemunho é o povoado situado no lugar de Azevedo.
Nas Inquirições de D. Afonso II, em 1220, Antas aparece com a designação de “Sancto Pelagio de Antis”.
Mais tarde, com Afonso III, em 1258, voltou a ser inquirida. Estas inquirições são esclarecedoras quanto ao povoamento da aldeia. Aí se diz que Gustavo Menendi Doucristi comprou uma herdade e uma Bouça em Belinho, supondo-se que se refira ao lugar de Belinho, que era foreira do rei e aí construiu uma casa. No séc. XIII podemos dividir o território de Antas em três núcleos: a vila de Azevedo, a vila de Antas e a herdade de Belinho.
Na igreja paroquial, na parede exterior do lado sul, existe uma inscrição com os seguintes termos: “Na era de 1163 aos 2 de Abril, Dom Paio Suares fundou estas obras por mercê”. A inscrição terá vindo de outro templo, talvez o primitivo e de feição românica, e incorporada no actual.
Possui alguns solares, sendo dois brasonados: o da Quinta de Belinho, onde residiu e jaz sepultado o poeta António Correia de Oliveira e a Quinta Velha do Ferreiro. Nesta, por cima do portão, existe uma bela imagem em granito dedicada a Nossa Senhora da Cabeça.
Um dos templos mais importantes da freguesia, se não do concelho, é a pequena capela de Santa Tecla, junto à foz do Neiva, que já vem mencionada nas Inquirições de 1220 e 1258. A traça primitiva foi alterada em sucessivas obras de manutenção. Outra capela de referência obrigatória é a de Nossa Senhora do Rosário, pertença da Casa de Belinho. Foi construída no séc. XVI e é composta por alpendre, corpo central e capela-mor. A licença do Ordinário foi dada em 1592 e desde então esteve sempre aberta ao culto.
Castelo do Neiva VCT
População: 3244
Actividades económicas: Agricultura, construção civil, pesca, pequeno comércio e indústria
Festas e Romarias: Nossa Senhora de Guadalupe (último domingo de Agosto) e Nossa Senhora dos Emigrantes (primeiro domingo de Agosto)
Património: Igreja paroquial, capela da Senhora de Guadalupe e da Senhora das Neves
Outros Locais: Foz do rio Neiva, praia, monte do Castelo e castro de Moldes
Artesanato: Tapeçaria
Colectividades: Grupo Cultural e Recreativo de Castelo do Neiva e Grupo Desportivo Castelense
Orago: S. Tiago
Situada a aproximadamente, 12 km da Cidade de Viana do Castelo, no extremo sul do Concelho do mesmo nome, ao qual pertence, a Freguesia de Castelo do Neiva, que ocupa uma área de cerca de 764 ha, tem os seus limites estabelecidos na seguinte ordem: A Norte, encontra-se a Freguesia de Chafé. A Sul, tem-se o rio Neiva, com a Freguesia de Antas, do Concelho de Esposende, na outra margem. A Nascente, está a Freguesia de Neiva, conhecida "popularmente" como S. Romão do Neiva. A Poente, confronta com o Oceano Atlântico.
Os seus principais lugares são Areia, Junqueira, Santiago, Capela, Sendim de Cima e Sendim de Baixo.
Como se compreende, o rio Neiva, que entrega as suas águas ao Oceano Atlântico, aqui em Castelo do Neiva, muito contribui, em parceria com o mar, para o engrandecimento desta freguesia, assim, não é por acaso que faz um dos seus topónimos, "do Neiva", o outro tem a sua raiz, como veremos mais adiante, no seu antigo, mas já desaparecido, "Castelo".
Portanto, estes dois santuários naturais, o rio e o mar, interferem, positivamente, na forma de vida da sua população. Isto porque, a componente turística se sobressai, em razão das suas potencialidades.
Daí, que a classe piscatória tenha, também, muita importância na economia local. Seja pelos aspectos turísticos promovidos pela sua fauna, ou pela gastronomia local que com os seus produtos enriquecem.
Esta, é uma terra muito antiga, e a comprovar essa ligação ancestral, anterior à Idade do Ferro, tem-se o facto de se ter encontrado, no Lugar de Gândara, uma Mamoa, que era um monumento megalítico utilizado para se depositarem os mortos. Refira-se que, junto à capela da Senhora das Oliveiras, se encontrou uma necrópole, e que durante as obras na Igreja Paroquial se descobriu uma Arco Votivo.
De enorme importância, também, para Castelo do Neiva, é o Monte do Castelo, onde no seu cimo existiu um importante castelo medieval que foi cabeça da Terra de Neiva. Foi conquistado por Nuno Álvares Pereira, aquando da crise de 1383-1385. Desfez-se depois. Dele se vêem apenas os alicerces da sua torre de menagem e alguns pedaços do muro da cerca.
Neste monte houve também um extenso povoado castrejo.
Acerca do Castro e Castelo do Monte da Guilheta, transcrevemos, na íntegra, um texto do Dr. António da Cunha Leal, publicado no livro “Viana do Castelo, o Minho na Alma”, da Anégia Editores, obra que contou com o honroso prefácio do Dr. Defensor Oliveira Moura: «Este povoado fortificado insere-se no contexto da chamada "cultura castreja", que caracterizou o Noroeste Peninsular durante a Idade do Ferro. Embora os vestígios conhecidos revelem uma fortíssima romanização, a redondez das estruturas habitacionais bem como algumas das formas e pastas dos vestígios cerâmicos, são a prova material da sua origem “castreja”. Nos trabalhos arqueológicos já efectuados, dirigidos pelos Drs. Eduardo Jorge Lopes da Silva e José Augusto Maia Marques, aparecem variados vestígios romanos, nomeadamente cerâmicas de importação (ânforas e terra sigilata).
Os capacetes e copos de bronze aparecidos com as terraplanagens para a construção de uma casa no sopé do povoado, bem como algumas moedas da época do Imperador Augusto, sugerem que terá sido por volta da mudança da Era, entre o século I a.C. e o século I d.C., que o povoado conheceu o seu apogeu, não se sabendo, contudo, a data precisa do fim da ocupação romana do local.
Na Idade Média, foi o local escolhido para a instalação de um castelo roqueiro, que com o tempo foi ganhando foros de primazia na região, assumindo-se como "cabeça" da Terra de Neiva.
Importante na acção da reconquista, numa região frequentemente assolada pela pirataria e pelas incursões árabes, o Castelo de Neiva teve um papel relevante na preparação da batalha de S. Mamede (1128), momento crucial para o processo de independência de Portugal. A reorganização administrativa dos finais do século XIV, bem como o facto de ter sido uma das fortalezas minhotas que "levantou voz" por D. Beatriz contra o Mestre de Avíz, futuro rei D. João I, foram os principais responsáveis pelo progressivo declínio do castelo, até à sua total desactivação, já na primeira metade do século XV.
Os materiais arqueológicos provenientes desta estação, encontram-se expostos numa das salas do edifício da Junta de Freguesia de Castelo do Neiva".»
Ainda, acerca da história desta freguesia, no livro "Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo" colhe-se a seguinte informação transcrita, aqui, tal como lá se encontra: «Denominou-se outrora Neiva ou Castelo. Esta freguesia da Ribeira Neiva formou, juntamente com a de São Romão, a vila que, no tempo de D. João I, se chamava Aguiar de Neiva.
Pertenceu ao padroado real, passando mais tarde a abadia da apresentação dos arcebispos de Braga, por troca confirmada pelo rei D. Dinis, em 1307.
E citada nas Inquirições afonsinas, de 1220 e 1258, tendo por padroeiro Santiago.
Em 1290, nas primeiras Inquirições de D. Dinis, figura com categoria de freguesia, no julgado de Neiva.
Na taxação das igrejas a que se procedeu em 1320, Santiago de Neiva foi tabelada em 120 libras.
No registo da cobrança das "colheitas" dos benefícios eclesiásticos do arcebispado de Braga, efectuado por D. Jorge da Costa, entre 1489 e 1493, tinha de rendimento 20 libras, o correspondente a 520 réis, em dinheiro com "morturas" e 26 réis de dízimas de searas.
Américo Costa descreve esta freguesia, que diz ter-se denominado, primeiro, Santiago de Neiva e, só mais tarde, Castelo do Neiva, como abadia da apresentação do Ordinário.
Administrativamente, e por ter sido sempre da Terra de Neiva, passou a fazer parte do termo e concelho de Barcelos, até aos começos do século XIX, altura em que passou ao concelho de Viana do Castelo.»
Nos tempos actuais, a história de Castelo do Neiva faz-se pelo trabalho dos seus autarcas, que com esforço, encontram soluções para resolverem problemas da população. Autarcas, que reivindicam, a quem de direito, soluções para questões que não se inserem nas suas competências e disponibilidades financeiras. Tudo para que se desenvolva a sua terra e engrandeça a sua história, e das suas populações cuja economia está a ser revitalizada, pois já não se baseia apenas a agricultura e na pesca, ambas agora, mais de subsistência, mas sim na construção civil, em carpintarias e outras oficinas, no comércio, na hotelaria e restauração, nos serviços e, efectivamente, no turismo, por ser uma das poucas freguesias desta região, que se orgulha do privilégio de ter: rio, mar e montanha.